Psicólogos da Universidade de Hong Kong observaram que estudantes chineses fluentes em inglês se tornavam visivelmente “mais assertivos, extrovertidos e abertos a novas experiências” (características, segundo eles, culturalmente mais próximas de quem cresceu em países que falam inglês) quando estavam usando o segundo idioma.
O efeito foi ainda maior dependendo de com quem os estudantes chineses estavam conversando. Se eles falavam inglês com uma pessoa estrangeira, a “nova personalidade” ficava ainda mais proeminente.
Para os pesquisadores, isso sugere um link claro entre linguagem e personalidade. Eles explicam: o poder, é claro, não está na língua em si, e sim na ideia que as pessoas (no caso, os estudantes chineses) têm de quem a fala. Ou seja: se eles consideram os falantes de inglês mais extrovertidos, ajustam suas personalidades de acordo na hora de usar o idioma.
Fonte: Superinteressante
YK - Acho que esta "disfunção" de personalidade ocorre graças à cultura presente no vocabulário. Por exemplo: um brasileiro "sente saudade de alguém", o espanhol "extraña alguién", o americano "misses somebody". Se traduzirmos do inglês para o português literalmente ficaria assim: [sente] falta de alguém. Já no espanhol, "extraño" é o estranho do português, assim como o "eu sinto saudade".
Percebe como a língua interfere no sentimento? Não? Vou tentar explicar melhor.
Enquanto o português trata como um sentimento normal (assim como "sinto fome", "sinto um vazio", "sinto saudade"), o espanhol trata como um sentimento que não é normal, "estranho". Já o inglês não expressa o sentimento, o mais marcante é a ausência. O verbo "miss" é usado tanto para uma pessoa que se sente a falta "I miss you" (sinto sua falta) como para coisas perdidas "missed shot" (tiro perdido).
Outro ponto a se considerar é a importância da cultura na pronúncia correta e no vocabulário. Se um estrangeiro aprende o português com um carioca, ele provavelmente falará com a fala mais solta, mais "extrovertida". Se aprende com um curitibano, terá a fala mais regrada, mais conservadora. Já se aprender com um paulista, tentará falar o mais rápido possível.
Na questão do vocabulário, ele não se aprende na leitura de dicionários, mas na leitura de livros, no ouvir músicas, e assistir filmes. Nessas três fontes de vocabulário há muito da cultura. Que influencia assim como a convivência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário