quinta-feira, 1 de março de 2012

Falar vários idiomas pode deixar você com várias personalidades

Espera aí, é isso mesmo? É sério que a nossa personalidade muda dependendo de qual língua estamos falando? Um estudo chinês sugere que sim.

Psicólogos da Universidade de Hong Kong observaram que estudantes chineses fluentes em inglês se tornavam visivelmente “mais assertivos, extrovertidos e abertos a novas experiências” (características, segundo eles, culturalmente mais próximas de quem cresceu em países que falam inglês) quando estavam usando o segundo idioma.


O efeito foi ainda maior dependendo de com quem os estudantes chineses estavam conversando. Se eles falavam inglês com uma pessoa estrangeira, a “nova personalidade” ficava ainda mais proeminente.
Para os pesquisadores, isso sugere um link claro entre linguagem e personalidade. Eles explicam: o poder, é claro, não está na língua em si, e sim na ideia que as pessoas (no caso, os estudantes chineses) têm de quem a fala. Ou seja: se eles consideram os falantes de inglês mais extrovertidos, ajustam suas personalidades de acordo na hora de usar o idioma.


Fonte: Superinteressante


YK - Acho que esta "disfunção" de personalidade ocorre graças à cultura presente no vocabulário. Por exemplo: um brasileiro "sente saudade de alguém", o espanhol "extraña alguién", o americano "misses somebody". Se traduzirmos do inglês para o português literalmente ficaria assim: [sente] falta de alguém. Já no espanhol, "extraño" é o estranho do português, assim como o "eu sinto saudade".


Percebe como a língua interfere no sentimento? Não? Vou tentar explicar melhor.


Enquanto o português trata como um sentimento normal (assim como "sinto fome", "sinto um vazio", "sinto saudade"), o espanhol trata como um sentimento que não é normal, "estranho". Já o inglês não expressa o sentimento, o mais marcante é a ausência. O verbo "miss" é usado tanto para uma pessoa que se sente a falta "I miss you" (sinto sua falta) como para coisas perdidas "missed shot" (tiro perdido).


Outro ponto a se considerar é a importância da cultura na pronúncia correta e no vocabulário. Se um estrangeiro aprende o português com um carioca, ele provavelmente falará com a fala mais solta, mais "extrovertida". Se aprende com um curitibano, terá a fala mais regrada, mais conservadora. Já se aprender com um paulista, tentará falar o mais rápido possível.


Na questão do vocabulário, ele não se aprende na leitura de dicionários, mas na leitura de livros, no ouvir músicas, e assistir filmes. Nessas três fontes de vocabulário há muito da cultura. Que influencia assim como a convivência.

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